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Trump anuncia tarifa de 25% sobre aço e alumínio e gera reações globais


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que deve impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir desta segunda-feira (10). A decisão afeta diretamente o Brasil, um dos maiores produtores do minério.

Durante um voo para Nova Orleans, Trump afirmou a jornalistas que o acompanhavam no Air Force One que “qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”.

Durante seu primeiro mandato, Trump também impôs tarifas semelhantes, mas posteriormente concedeu isenções para vários parceiros comerciais, incluindo o Brasil, Canadá e México. Desta vez, porém, a medida atinge todos os países exportadores sem previsão de exceções.

“É muito simples: eles nos taxam, nós taxamos eles. É só isso”, explicou o presidente americano.

O Brasil é o oitavo maior produtor mundial de alumínio primário e o terceiro maior na produção de alumina, sendo um fornecedor estratégico para os EUA. Em 2023, o setor empregou diretamente mais de 136 mil trabalhadores e exportou 528 mil toneladas de alumínio.

O país também é um dos principais exportadores de aço para os Estados Unidos, com cerca de 48% de suas vendas externas destinadas ao mercado americano. No caso do alumínio, 16% das exportações brasileiras têm os EUA como destino.

Em 2024, as exportações do Brasil para os Estados Unidos atingiram um recorde de US$ 40,3 bilhões, um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com uma corrente de comércio de US$ 80,9 bilhões.

O Instituto Aço Brasil afirmou ao Epoch Times Brasil que ainda não tinha uma posição para comentar.

Diante da decisão americana, se espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retalhe com medidas de reciprocidade caso as tarifas entrem em vigor.

“Se ele [Trump] ou qualquer país aumentar a taxação com o Brasil, nós iremos utilizar a reciprocidades. Nós iremos taxar eles também”, afirmou Lula na quinta-feira (5).

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo brasileiro promete responder com taxas sobre as empresas de tecnologia. Não houve posicionamento oficial por parte do Brasil, que recusou confirmar as informações à Reuters.

A União Europeia também tem se posicionado contra as medidas americanas. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, declarou que “se a Europa for alvo de taxas alfandegárias, ela retaliará”.

“A UE não vê justificativa para a imposição de tarifas sobre suas exportações. Reagiremos para proteger os interesses das empresas, trabalhadores e consumidores europeus contra medidas injustificadas”, posicionou a Comissão Europeia em nota.

“Tarifas são essencialmente impostos. Ao impor tarifas, os EUA estariam taxando seus próprios cidadãos, aumentando os custos para as empresas e alimentando a inflação[…]”, finaliza o comunicado.

A Comissão Europeia estuda quais setores serão impactados pelas tarifas e quais medidas de retaliação podem ser adotadas.

O Epoch Times Brasil tentou contato com a Associação Brasileira do Alumínio para obter um posicionamento, mas não teve resposta até o momento da publicação desta matéria.

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