Setor da construção enfrenta forte retração no último trimestre de 2024 | setor da construção | retração construção 2024 | alta juros impacto
O setor da construção no Brasil encerrou o quarto trimestre sob um cenário de desafios agravados por taxas de juros elevadas, aumento do custo dos insumos e dificuldade de acesso ao crédito, conforme revela a sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada na segunda-feira (27).
A pesquisa destacou que 34,1% dos empresários do setor identificaram as altas taxas de juros como o principal problema no último trimestre de 2024, um aumento de 8,7% em relação ao trimestre anterior. Para a próxima reunião do Copom do Banco Central, na quarta-feira (29), o mercado espera alta de 1% na taxa Selic para 13,25% ao ano.
Outros fatores críticos incluem a falta ou alto custo de trabalhadores qualificados, assinalado por 26,8% dos entrevistados, e a elevada carga tributária, com 26,6% de menções.
Indicadores financeiros apontam insatisfação
Os indicadores financeiros reforçam o clima de preocupação. O índice de acesso ao crédito recuou para 37,7 pontos no quarto trimestre, sinalizando uma maior dificuldade de obtenção de financiamento, especialmente para pequenas e médias empresas.
Paralelamente, o índice de satisfação com o lucro operacional atingiu apenas 44,8 pontos, demonstrando insatisfação generalizada entre empresários de todos os portes.
Além disso, o índice que mede a evolução dos preços de insumos e matérias-primas subiu para 64 pontos, evidenciando a aceleração no crescimento desses custos. Este aumento foi percebido de maneira generalizada, intensificando a pressão sobre as margens operacionais das empresas.
Recuo na atividade e no emprego
No âmbito do desempenho, a atividade da construção apresentou queda significativa, com o índice correspondente marcando 45,4 pontos em dezembro de 2024. Esse valor está bem abaixo da linha de 50 pontos, que indica crescimento, refletindo um recuo mais intenso e disseminado em comparação ao mês anterior.
A queda também foi observada no número de empregados, cujo índice ficou em 45,7 pontos no mesmo período.
Embora seja comum uma redução sazonal na atividade da construção entre novembro e dezembro, os números de 2024 revelaram uma retração mais acentuada, impactando empresas de todos os portes.
Confiança empresarial em declínio
Outro ponto de destaque é o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que recuou para 49,6 pontos em janeiro de 2025, situando-se abaixo da linha divisória pela primeira vez desde janeiro de 2023. A piora na avaliação das condições atuais e a redução das expectativas em relação à economia brasileira contribuíram para o resultado negativo.
Apesar disso, as expectativas para o primeiro semestre de 2025 mostraram algum otimismo. Indicadores de compra de insumos e número de empregados avançaram, ficando acima de 50 pontos, o que sugere uma expectativa de crescimento moderado para o período.
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