PCCh nomeia chefe anticorrupção para alto comando militar
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O chefe da campanha anticorrupção militar da China tornou-se o segundo oficial de mais alta patente nas Forças Armadas, assumindo um cargo vago após a demissão de um general de topo amplamente considerado aliado próximo do líder chinês Xi Jinping.
O general Zhang Shengmin, veterano comissário político, foi oficialmente promovido nesta quinta-feira (23) ao posto de vice-presidente de segunda posição da Comissão Militar Central (CMC), órgão do Partido Comunista Chinês (PCCh) que controla as Forças Armadas.
A nomeação foi anunciada ao final da reunião fechada de quatro dias do Comitê Central, conhecida como Quarto Plenário, que reuniu mais de 300 altos oficiais do Partido para traçar a direção do novo plano de desenvolvimento econômico e social da China. Mudanças de pessoal importantes também são aprovadas nesse tipo de encontro.
Poucos dias antes da reunião, a liderança chinesa expulsou o antecessor de Zhang, He Weidong, junto com outros oito generais de alta patente, todos acusados de corrupção e abuso de poder. Oito dos nove purgados eram membros do Comitê Central governante do PCCh.
No conclave, o Comitê Central confirmou as decisões anteriores da alta liderança de revogar a filiação partidária dos oito generais, de acordo com o resumo oficial da reunião, divulgado pela mídia estatal chinesa Xinhua.
Além disso, o relatório revelou que Zhang Fengzhong, responsável pelo trabalho político na sigilosa unidade da Força de Mísseis do Exército Popular de Libertação, que comanda os mísseis nucleares do país, também foi envolvido na campanha anticorrupção.
Zhang foi acusado de cometer graves violações da disciplina partidária e da lei, e o Comitê Central confirmou uma decisão anterior de retirar sua filiação ao Partido, segundo o relatório.
Desde que assumiu o poder em 2012, Xi Jinping iniciou uma ampla campanha contra corrupção percebida e deslealdade, derrubando alguns de seus rivais políticos mais poderosos. No entanto, a repressão recente tem atingido cada vez mais os protegidos e aliados de longa data de Xi. A mudança gerou especulações sobre disputas de poder nos escalões superiores do Partido.
Conflitos Políticos
O recém-nomeado vice-presidente da CMC parece não pertencer a uma facção política leal a Xi, disse o comentarista de assuntos chineses Li Linyi ao The Epoch Times. Isso contrasta com seu antecessor direto, He Weidong, descrito por alguns observadores da China como o principal confidente de Xi nas Forças Armadas.
He Weidong não era visto em público há cerca de sete meses antes de ser oficialmente expulso do Partido e das Forças Armadas na semana passada. O motivo citado pelo porta-voz do Ministério da Defesa para sua demissão na época foram graves violações da disciplina partidária e crimes sérios relacionados ao dever, “envolvendo uma quantia extremamente grande de dinheiro”.
Com a saída de He, uma vaga no Politburo, o segundo órgão decisório do Partido, e uma posição na CMC ficaram disponíveis. Embora Zhang Shengmin tenha sido nomeado vice-presidente da CMC, ele não assumiu a cadeira vaga no Politburo, o que chamou a atenção de analistas.
Shen Ming-shih, especialista em assuntos militares chineses do Instituto de Pesquisa em Defesa Nacional e Segurança, think tank financiado pelo governo taiwanês, relacionou a decisão às recentes purgas na estrutura militar, que levantaram dúvidas sobre a estabilidade do controle de Xi sobre o exército.
“Parecia que Xi não queria que as mudanças de pessoal dentro do Partido fossem ‘muito tumultuadas’”, disse Shen ao The Epoch Times, o que pode ter levado Zhang a não ser promovido ao Politburo.
Zhang avançou nas patentes principalmente como oficial político do Exército Popular de Libertação (PLA), ocupando cargos não-combatentes responsáveis por supervisionar a disciplina política e o treinamento ideológico para garantir a lealdade ao Partido.
Desde o final de 2017, Zhang atua como membro regular da CMC e lidera sua Comissão de Inspeção de Disciplina, que auxilia o Partido na execução da campanha anticorrupção para purgar o PLA de oficiais considerados corruptos.
A ascensão de Zhang dentro do aparato estatal requer aprovação do Congresso Nacional do Povo, a legislatura controlada do país, cujo comitê permanente deve se reunir em 24 de outubro.
Lu Ya contribuiu para esta matéria.
© Direito Autoral. Todos os Direitos Reservados ao Epoch Times Brasil (2005-2024)
