Moscou “espera pela resposta ucraniana” à declaração de cessar-fogo de três dias
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O Kremlin disse na terça-feira que a Ucrânia não havia respondido às ofertas do presidente russo Vladimir Putin para iniciar negociações diretas de paz, e que não estava claro se ela se juntaria a um cessar-fogo de três dias que ele anunciou para o próximo mês.
“Foi o presidente Putin quem disse repetidamente que a Rússia está pronta, sem nenhuma pré-condição, para iniciar o processo de negociações”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias estatal russa TASS.
“Não ouvimos nenhuma resposta do regime de Kiev até o momento”.
Peskov acrescentou que era “muito difícil de entender” se a Ucrânia pretendia aderir ao cessar-fogo.
Na segunda-feira, Putin declarou unilateralmente um cessar-fogo de três dias, de 8 a 10 de maio, quando a Rússia planeja realizar celebrações e um desfile militar para marcar o 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, conhecida pelos russos como a Grande Guerra Patriótica.
O Kremlin, em seu canal Telegram, disse: “Por ordem do comandante-chefe supremo das forças armadas da Federação Russa, Vladimir Putin, o lado russo, guiado por motivos humanitários, anuncia um cessar-fogo para as comemorações do 80º aniversário da vitória na Grande Guerra Patriótica”.
O documento dizia que a trégua duraria da meia-noite do horário de Moscou de 8 de maio até a meia-noite de 11 de maio.
“Todas as operações militares serão interrompidas durante esse período”, declarou o Kremlin.
“A Rússia acredita que o lado ucraniano deve seguir esse exemplo.
“No caso de qualquer violação do cessar-fogo pelo lado ucraniano, as forças armadas da Federação Russa darão uma resposta proporcional e eficiente.
“O lado russo reitera sua disposição de participar de conversas de paz sem pré-condições, com o objetivo de eliminar as causas fundamentais da crise ucraniana e estabelecer uma interação construtiva com parceiros internacionais.”
A Ucrânia, em resposta, questionou por que a Rússia não concordaria com seu pedido de um cessar-fogo imediato de 30 dias.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em um discurso à nação na noite de segunda-feira: “A Rússia sempre rejeitou tudo e continua a manipular o mundo, tentando enganar os Estados Unidos”.
“Agora, mais uma vez, outra tentativa de manipulação: por alguma razão, todos devem esperar até 8 de maio para cessar fogo – apenas para proporcionar a Putin silêncio para seu desfile. Nós valorizamos vidas humanas, não desfiles”.
Ele continuou dizendo que a Ucrânia acreditava que “não havia motivo para esperar até 8 de maio”, acrescentando “que o cessar-fogo não deveria ser apenas por alguns dias, apenas para voltar a matar depois”.
“Ele deve ser imediato, total e incondicional – por pelo menos 30 dias para garantir que seja seguro e garantido”, disse Zelensky.
Em meio às idas e vindas entre Kiev e Moscou, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em 28 de abril que o presidente dos EUA, Donald Trump, estava “cada vez mais frustrado” com Putin e Zelensky e queria ver um cessar-fogo permanente.
Ela disse sobre a sugestão de cessar-fogo de três dias da Rússia: “O presidente deixou claro que quer ver um cessar-fogo permanente primeiro para parar a matança, parar o derramamento de sangue e, embora ele continue otimista de que pode chegar a um acordo, ele também está sendo realista e ambos os líderes precisam vir à mesa para negociar sua saída.”
Putin declarou anteriormente uma “trégua de Páscoa” em 19 de abril, ordenando que suas forças interrompessem todas as operações militares até a meia-noite de 20 de abril; no entanto, ambos os lados se acusaram mutuamente de violar a trégua.
Os militares de Moscou disseram em 21 de abril que haviam retomado a “operação militar especial” após o fim da trégua.
A guerra entre Moscou e Kiev já dura mais de três anos, resultando em milhares de mortes em ambos os lados e deixando vastas áreas da Ucrânia destruídas pela violência.
Chris Summers contribuiu para este artigo.
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