IPCA-15 de janeiro fica em 0,11% e frustra mercado, que esperava deflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de janeiro de 2025 registrou uma alta de 0,11%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24). Apesar de indicar uma desaceleração em relação ao índice de dezembro (0,34%), o resultado ficou acima da expectativa do mercado, que projetava estabilidade ou até mesmo deflação de -0,02%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice ficou em 4,50%, o teto da meta de 2024.
Pressões inflacionárias inesperadas
O grupo Alimentação e Bebidas liderou as altas no mês, com aumento de 1,06% e impacto de 0,23 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Dentro desse grupo, itens como tomate (17,12%) e café moído (7,07%) puxaram o índice para cima, enquanto o leite longa vida (-2,81%) e a batata-inglesa (-14,16%) registraram deflação.
Outro destaque foi o grupo Transportes, que apresentou alta de 1,01%, com impacto de 0,21 p.p. O subitem passagem aérea, que havia sido projetado pelo mercado para registrar uma forte deflação de -8,00%, surpreendeu ao subir 10,25%. O comportamento dos combustíveis também foi relevante, com o etanol (+1,56%), o óleo diesel (+1,10%) e a gasolina (+0,53%) contribuindo para a pressão inflacionária do mês.
Deflação em Habitação não foi suficiente
Por outro lado, o grupo Habitação registrou a maior deflação do mês, com queda de -3,43%, refletindo uma contribuição negativa de -0,52 p.p. O principal fator para esse resultado foi a redução de -15,46% nos custos de energia elétrica residencial, atribuída à incidência do Bônus de Itaipu. O mercado havia projetado uma queda de -15,25% para o item, que se mostrou ligeiramente maior no cálculo oficial.
Ainda no grupo Habitação, o reajuste das tarifas de água e esgoto em regiões como Rio de Janeiro (+5,68%) e Porto Alegre (+6,45%) pressionaram, mas não reverteram a queda geral do grupo.
O mercado financeiro esperava que a combinação entre a deflação em energia elétrica e as reduções em itens específicos, como passagem aérea e cigarro, pudesse neutralizar o índice, resultando em estabilidade ou mesmo deflação. Entretanto, itens de alta dispersão inflacionária, como alimentos no domicílio, artigos de residência (0,72%) e higiene pessoal (1,01%), contribuíram para o resultado acima do esperado.
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