Integrantes do PCC são sentenciados por planejar atentado contra Moro
Oito membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram condenados por planejar um atentado contra o senador e ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil-PR).
A decisão foi tomada pela Justiça Federal de Curitiba. As penas variam até 14 anos e nove meses de prisão. O caso segue sob segredo judicial.
O plano, que visava atacar autoridades e servidores públicos, envolvia ações como homicídios e sequestros com extorsão.
A Polícia Federal (PF) desmantelou a operação em março de 2023 e identificou Moro como um dos alvos principais.
Na operação, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 21 de busca e apreensão.
A investigação revelou que a facção criminosa estava vigiando a casa do ex-juiz da Lava Jato, onde ele mora com a esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), e seus filhos.
Pelo menos dez criminosos estavam encarregados de monitorar os alvos, inclusive durante deslocamentos fora do estado.
Além de Moro, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga o PCC, também era alvo da facção. Ao ser informado do plano, Gakiya acionou a PF, que iniciou a investigação.
Na sentença, a juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, ressalta que o caso não se trata de um incidente isolado, mas de “uma operação criminosa persistente e meticulosamente planejada” pelo PCC.
O esquema teria sido orquestrado pela célula denominada “sintonia restrita”, um braço de inteligência da facção.
“Ficou evidenciado nos autos que a facção criminosa não apenas planejou o sequestro mediante extorsão aqui tratado, mas também realizou levantamentos prévios de outras autoridades públicas, demonstrando um modus operandi recorrente e meticuloso”, diz a sentença.
A ação do PCC se estendia a várias regiões, incluindo São Paulo, Paraná, Rondônia, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. A PF indicou que os ataques poderiam ocorrer simultaneamente nessas áreas.
Moro, Gakiya e o PCC
Há dez anos, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya vive sob escolta policial 24 horas por dia. Ele recebe ameaças de morte constantes por investigar a ação do PCC.
Gakiya faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo, em Presidente Prudente, no interior do estado.
Já Moro, enquanto era ministro da Segurança Pública no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, transferiu, em parceria com o governo de São Paulo, o chefão do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e mais 21 traficantes do grupo para penitenciárias de segurança máxima.
Marcola foi condenado a mais de 300 anos de prisão por crimes como roubo, tráfico de drogas e organização criminosa. De acordo com as investigações, o sequestro de Moro teria como objetivo conseguir a liberação do chefe do PCC em troca da autoridade refém.
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