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FMI sinaliza golpe tarifário de US$ 13 bilhões, minimiza Austrália | Trump | tarifas | economia


Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

A Austrália está se preparando para um impacto econômico de US$ 13 bilhões (US$ 8,3 bilhões) devido à ofensiva tarifária do presidente americano Donald Trump, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em seu Relatório Mundial de Perspectivas Econômicas de 22 de abril, o FMI rebaixou a previsão de crescimento da Austrália para 2025 para apenas 1,6%, ante 2,1% em janeiro.

A inflação agora deve atingir 2,5%, meio ponto acima das estimativas anteriores.

O economista-chefe Pierre-Olivier Gourinchas disse que o sistema comercial do pós-guerra está se desgastando e as tarifas estão subindo para níveis não vistos em um século.

E a Austrália, presa no meio da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, não escapará das consequências, alerta o FMI.

O Tesouro minimizou?

Poucas semanas antes do relatório do FMI, o Tesouro australiano chamou o impacto das tarifas de “modesto”. Sua modelagem mais recente prevê um impacto de 0,2% no PIB até o final de 2025 e apenas 0,1% até 2030.

As autoridades citaram os sólidos fundamentos da Austrália: câmbio flutuante, mercado de trabalho flexível e exportações diversificadas. Estes, argumentam, absorverão grande parte do impacto.

O Tesouro até previu que os Estados Unidos sofreriam mais com suas próprias tarifas.

“Espera-se que o PIB dos Estados Unidos caia significativamente”, afirmou o relatório, apontando para o aumento dos custos de importação.

O tesoureiro da Austrália, Jim Chalmers, apoiou a visão otimista.

“Nossa economia é resiliente, mas não imune”, disse ele. “Estamos garantindo que os australianos se beneficiem da mudança — e não sejam esmagados por ela.”

O Reserve Bank of Australia (RBA) repetiu a resposta discreta.

A governadora do RBA, Michele Bullock, disse que o sistema financeiro é forte e posicionado para lidar com choques globais.

Falando em um evento em Melbourne, ela afirmou que as condições atuais não se assemelham a uma crise.

“Isso não é como o colapso de 2008”, declarou ela.

O RBA mantém contato próximo com outros reguladores, tanto no país quanto no exterior.

Ainda não há sinais de mudanças na política monetária, mas o banco central está acompanhando os acontecimentos de perto.

Ainda assim, economistas alertam que a calma pode ser enganosa.

Ásia: a verdadeira ameaça

Apenas cerca de 5% das exportações da Austrália vão para os Estados Unidos, o que limita a exposição direta. Mas especialistas afirmam que os riscos indiretos são maiores — e crescentes.

O economista veterano Saul Eslake apontou que o perigo está na Ásia. Se países como China, Japão ou Indonésia perderem acesso ao mercado americano, sua demanda por produtos australianos poderá cair.

“Se as exportações asiáticas caírem, eles reduzirão os pedidos da Austrália”, disse Eslake. “É aí que os efeitos colaterais começam a aparecer.”

O economista John Humphreys concordou.

“As tarifas de Trump são uma política ruim”, avaliou ele. “Mas ainda estamos em uma fase de esperar para ver. Tribunais, Congresso e negociações globais podem mudar o resultado.”

Enquanto isso, Washington está a todo vapor.

As tarifas de Trump sobre produtos chineses saltaram para 145%, enquanto Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre as exportações dos EUA.

Mas os Estados Unidos não estão apenas se voltando para dentro — eles também estão fechando acordos.

Desde o anúncio de Trump em 2 de abril, mais de 75 países se uniram para negociar. A Casa Branca está correndo para remodelar o comércio global em seus próprios termos.

O principal enviado comercial do Japão visitou Washington na semana passada e Trump chamou as negociações de “muito produtivas”. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também visitou, expressando confiança em um novo acordo EUA-UE.

“Há ofertas na mesa com 15 países”, disse o assessor econômico dos EUA, Kevin Hassett.

Ele não os nomeou, mas há relatos sugerindo que o Japão e a Indonésia estão se oferecendo para aumentar as importações de alimentos e commodities dos Estados Unidos.

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