Demanda por Bens Industriais cai 2,5% | queda bens industriais | economia brasileira 2024 | desaceleração econômica
A economia brasileira enfrenta desaceleração na demanda por bens industriais, que até então vinha sustentando boa parte do crescimento econômico. Durante 2024, incentivos artificiais ao consumo e aumento nos gastos governamentais ajudaram no crescimento da produção interna medida pelo PIB.
Dados do Consumo Aparente de Bens Industriais divulgados na quarta-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontam uma queda 2,5% em novembro de 2024 na comparação com outubro. A queda reflete reduções tanto na produção nacional destinada ao mercado interno (-2,1%) quanto nas importações de bens industriais (-2,9%).
Esse desempenho representa a maior retração após dois meses de alta consecutiva na série ajustada. Além disso, o trimestre móvel encerrado em novembro apresentou um declínio de 0,9%, sinalizando uma tendência de desaceleração.
Incentivos artificiais e crescimento econômico
Desde o início de 2024, o governo federal adotou uma política expansionista para fomentar a economia, com destaque para o estímulo à demanda interna.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) injetou volumes recordes de recursos na indústria, totalizando mais de R$ 550 bilhões em 2024 — o maior investimento proporcional desde 2013.
De acordo com Cláudio Hamilton Matos dos Santos, do Ipea, em conversa com o IstoÉ Dinheiro, o crescimento da indústria no segundo trimestre de 2024, de 3,9% na comparação anual, foi surpreendente.
O Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, também revisou para cima suas projeções de crescimento do setor industrial em 2024, elevando-as de 2,7% para 3,5%, devido a uma melhora temporária nas expectativas para a indústria de transformação e outros segmentos.
Apesar desse impulso, os resultados começam a mostrar os limites de um crescimento sustentado artificialmente.
Desafios à frente
Com a queda na demanda industrial e a dependência de fatores externos como o crédito e o aumento nos gastos públicos, a economia brasileira enfrenta riscos de desaceleração ainda mais acentuada.
A queda de 0,6% na produção industrial em novembro, reportada pelo IBGE, confirma essa tendência, indicando um enfraquecimento generalizado em grandes categorias econômicas e segmentos industriais.
Ao mesmo tempo, a queda da demanda pode ajudar o Banco Central a combater a inflação, visto que atualmente a demanda permanece acima da produção de bens industriais.
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