Consultoria da Câmara prevê aumento de R$ 22,8 bilhões nos gastos do governo para este ano
A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof), da Câmara dos Deputados, divulgou um estudo técnico apontando que os gastos do governo federal em 2025 devem crescer em R$ 22,8 bilhões.
Intitulado “Projeções fiscais e orçamentárias: o desafio das despesas discricionárias”, o estudo analisa pressões e alívios financeiros que resultam no aumento das despesas.
Elaborado pelos consultores Dayson de Almeida e Paulo Bijos, o levantamento detalha as alterações que elevarão os gastos do governo, considerando principalmente as despesas obrigatórias.
As pressões somam R$ 45,6 bilhões, sendo R$ 32,8 bilhões relativos ao aumento do salário mínimo e à inflação, e R$ 12,8 bilhões relacionados a ajustes no projeto orçamentário.
O aumento do salário mínimo em R$ 106, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518, impacta diretamente em despesas com benefícios como previdência social, abono salarial e seguro-desemprego.
A inflação de 2024, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também contribui para o crescimento das despesas, com um índice de 4,83%, superior ao de 2023, que foi de 4,23%.
Suplementações orçamentárias
Além disso, a necessidade de suplementações orçamentárias contribui para o aumento do gasto público.
A primeira delas diz respeito ao aumento do gasto com o auxílio gás, que precisará de um ajuste de R$ 2,8 bilhões, dado que o valor previsto inicialmente foi de R$ 600 milhões, mas em 2024 o governo gastou R$ 3,4 bilhões com o programa.
A segunda suplementação se refere ao programa Pé-de-Meia, lançado no terceiro mandato de Lula.
O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a execução de R$ 6 bilhões desse programa por não estar previsto no orçamento, exigindo a inclusão do valor no Ploa de 2025, com um impacto de R$ 10 bilhões.
Por outro lado, o estudo também aponta alguns alívios, como o aumento no limite de despesa primária do Poder Executivo e o corte de gastos com o pacote “Brasil Mais Forte”, que promete economizar R$ 10,4 bilhões.
No entanto, a consultoria alerta para o cenário fiscal preocupante, pois, mesmo com as economias previstas, o aumento das receitas não será suficiente para cobrir os gastos extras.
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