Confiança da indústria despenca e atinge nível igual ao do período da pandemia, mostra CNI | confiança | cni | ICEI
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de janeiro registrou um dos piores resultados desde a pandemia em 2020. Segundo dados publicados na quarta-feira (29) pela CNI, 24 dos 29 setores analisados tiveram queda na confiança, abrangendo todas as regiões e empresas de diferentes portes.
Sete setores migraram da confiança para a falta de confiança entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, enquanto apenas um (Produtos diversos) voltou a demonstrar confiança. O número de setores confiantes caiu de 11 para 5, enquanto os sem confiança subiram de 17 para 23, o maior patamar desde junho de 2020.
Setores mais e menos confiantes
O ICEI varia de 0 a 100 pontos. Acima de 50, indica confiança; abaixo desse valor, reflete falta de confiança, com pessimismo maior conforme a pontuação diminui.
Apenas cinco setores industriais mantiveram confiança, com destaque para Farmoquímicos e farmacêuticos (53,8 pontos), Bebidas (50,9 pontos), Extração de minerais não metálicos (50,7 pontos) e Produtos diversos (50,4 pontos).
Os setores com menor confiança foram Madeira (43,9 pontos), Produtos de minerais não metálicos (44,0 pontos), Vestuário e acessórios (45,2 pontos) e Calçados e suas partes (46,0 pontos).
Queda generalizada atinge todas as regiões
Todas as regiões do país registraram queda na confiança. As maiores reduções ocorreram no Norte (-3,3 pontos) e no Centro-Oeste (-2,9 pontos), ambas caindo abaixo da linha de confiança (50 pontos).
Sul e Sudeste também apresentaram quedas expressivas, de -2,1 e -1,7 pontos, respectivamente. O Nordeste teve a menor redução (-0,5 ponto), sendo a única região que manteve um nível de confiança (53,3 pontos).
Com exceção do Nordeste, todas as demais regiões passaram a demonstrar falta de confiança na indústria, reforçando um cenário pessimista.
Empresas de todos os portes foram afetadas
A queda da confiança atingiu empresas de todos os tamanhos. Pequenas empresas tiveram a maior redução (-2,8 pontos), seguidas por médias (-1,6 ponto) e grandes (-1,4 ponto).
As grandes empresas passaram para um patamar neutro (50,0 pontos), enquanto pequenas e médias aprofundaram a falta de confiança.
A perda de confiança pode resultar em menos investimentos, menor disposição para contratações e crescimento industrial mais lento, impactando a economia.
Perspectivas para o setor
O ICEI é um termômetro da indústria, refletindo expectativas sobre a economia e a produção. A queda generalizada da confiança pode indicar desafios para os próximos meses, caso não haja melhora na demanda e no cenário macroeconômico.
O setor industrial enfrenta dificuldades semelhantes às da pandemia, com empresários cautelosos e incerteza sobre o futuro. A retomada da confiança dependerá de estabilidade econômica, incentivos e recuperação da demanda.
Se a tendência negativa persistir, a retração na confiança pode impactar investimentos, contratações e produção, influenciando o crescimento econômico ao longo do ano.