Comef alerta para riscos no sistema financeiro e endividamento das famílias | empresas | risco financeiro | crédito
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) divulgou sua 60ª Ata, apontando sinais de deterioração no sistema financeiro nacional e alertando para os riscos do alto endividamento das famílias e empresas. O documento indica que, embora o sistema bancário siga resiliente, há restrições na oferta de crédito e aumento da exposição ao risco.
A análise do Comef destaca que o cenário global segue desafiador, com condições financeiras mais restritivas e impacto direto na economia brasileira. O alto comprometimento da renda das famílias e o endividamento das empresas foram listados como fatores críticos para o setor financeiro.
Endividamento das famílias e risco de inadimplência
O Comitê destacou que o crédito às famílias cresceu no quarto trimestre de 2024, mas as modalidades de maior risco tiveram expansão acelerada. Esse movimento não era registrado desde o início de 2023 e levanta preocupações sobre a capacidade de pagamento da população em um cenário de juros elevados.
O relatório também ressalta que o comprometimento da renda das famílias continua em alta, o que pode impactar o consumo e a inadimplência nos próximos meses.
Apesar da preocupação, os testes de estresse realizados pelo Comef mostram que o sistema bancário brasileiro segue resiliente, mas algumas instituições podem enfrentar restrições na distribuição de lucros em cenários adversos.
Deterioração do crédito e desafios para empresas
Além do endividamento das famílias, o crédito para empresas também enfrenta desafios. Houve um crescimento na concessão de financiamentos para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), mas o Comef alerta que esse aumento pode estar sendo impulsionado por um maior endividamento e não por um crescimento econômico sustentável.
As grandes empresas seguem buscando financiamento no mercado de capitais, com aumento na emissão de debêntures e Cédulas de Produto Rural (CPRs). No entanto, a volatilidade dos mercados internacionais pode representar um risco para a manutenção desses recursos a longo prazo.
Monitoramento e próximos passos
O Comef reforçou que seguirá acompanhando os desdobramentos da política monetária global e os efeitos do endividamento no Brasil. O Comitê destacou os seguintes riscos como os principais pontos de atenção para os próximos meses:
- — Comprometimento da renda das famílias e inadimplência crescente.
- — Impactos do ciclo de juros altos e restrições no crédito.
- — Endividamento elevado das empresas, especialmente as de pequeno e médio porte.
- — Volatilidade dos mercados financeiros e suas consequências para o setor bancário.
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