Chade suspende emissão de vistos para cidadãos dos EUA em retaliação a proibição de viagens
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
O presidente do Chade, Mahamat Idriss Deby, disse em 5 de junho que ordenou ao seu governo que suspendesse a emissão de vistos para cidadãos americanos depois que o governo Trump impôs uma proibição de viagem aos cidadãos do Chade.
O Chade estava entre os 12 países citados na proclamação do presidente Donald Trump, de 4 de junho, que proibiu seus cidadãos de entrar nos Estados Unidos por motivos de segurança nacional.
A proclamação, que entrou em vigor em 9 de junho, citou esses países como “deficientes em relação à triagem e verificação”.
A proclamação cita as altas taxas de permanência ilegal no país em 2022 e 2023 como “inaceitáveis”, dizendo que elas mostram “um desrespeito flagrante” às leis de imigração dos Estados Unidos.
Em resposta à proibição de viagem, Deby anunciou que seu país suspenderia a emissão de vistos para cidadãos americanos “de acordo com os princípios da reciprocidade”.
“O Chade não tem aviões para oferecer, nem bilhões de dólares para dar, mas o Chade tem sua dignidade e orgulho”, afirmou o presidente chadiano em uma postagem no Facebook.
Ainda não está claro se a diretiva afetará os vistos já emitidos para cidadãos americanos. Outros países incluídos na proibição de viagem de Trump são Afeganistão, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Birmânia (também conhecida como Mianmar), República do Congo, Somália, Sudão e Iêmen.
Trump também impôs uma proibição parcial de viagem a cidadãos de sete países — Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turquemenistão e Venezuela — permitindo a entrada de residentes permanentes legais dos Estados Unidos, portadores de vistos existentes, indivíduos em determinadas categorias de visto e aqueles cuja entrada “serve aos interesses nacionais dos EUA”.
“É política dos Estados Unidos proteger seus cidadãos contra ataques terroristas e outras ameaças à segurança nacional ou à segurança pública”, diz a proclamação. “Os protocolos e procedimentos de triagem e verificação associados à concessão de vistos e outros processos de imigração desempenham um papel fundamental na implementação dessa política.”
O ministro da Informação de Serra Leoa, Chernor Bah, disse que seu país está comprometido em resolver as questões que levaram à proibição, observando que seu governo trabalhará com as autoridades americanas “para garantir o progresso”.
Thierry Moungalla, porta-voz do governo da República do Congo, disse acreditar que seu país foi incluído na proibição de viagem devido a um “mal-entendido” relacionado a um ataque armado nos Estados Unidos, no qual os autores foram “confundidos” com cidadãos da República do Congo.
“Portanto, achamos que se trata de um mal-entendido e acredito que, nas próximas horas, os serviços diplomáticos competentes do governo entrarão em contato com as autoridades americanas aqui”, disse ele.
A Comissão da União Africana emitiu uma declaração em 5 de junho, pedindo ao governo Trump que se engaje em um “diálogo construtivo” com os países afetados.
A comissão alertou que a proibição de viagens poderia afetar negativamente os laços entre os povos, o intercâmbio educacional, o envolvimento comercial e as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o continente africano.
“Embora reconheça o direito soberano de todas as nações de proteger suas fronteiras e garantir a segurança de seus cidadãos, a Comissão da União Africana apela respeitosamente aos Estados Unidos para que exerçam esse direito de forma equilibrada, baseada em evidências e que reflita a parceria de longa data entre os Estados Unidos e a África”, afirmou.
A Associated Press contribuiu para esta reportagem.
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