Ausência das big techs em audiência desagradou AGU; governo prepara nova regulação | Big Techs | plataformas digitais | lula

A ausência das principais empresas de tecnologia, as chamadas big techs, na audiência pública realizada pela Advocacia-Geral da União (AGU), no dia 22 de janeiro, causou desconforto interno no órgão. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propõe uma nova regulação das plataformas digitais, que será levada ao Congresso Nacional.

Convocado após a Meta — conforme anúncio realizado em janeiro pelo seu proprietário Mark Zuckerberg — encerrar seu programa de verificação de fatos e modificar suas políticas de moderação de conteúdo, o evento reuniu uma série de entidades e organizações.

Embora a AGU tenha convidado grandes empresas de tecnologia, como Alphabet (Google e YouTube), Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), TikTok, Kwai, Discord e X, apenas o LinkedIn, da Microsoft, enviou um posicionamento escrito.

As empresas não explicaram o motivo de não participarem do evento, que teve como foco a discussão sobre as políticas de moderação nas plataformas digitais.

Expectativa e desequilíbrio

Internamente, a AGU aguardava a presença das empresas, principalmente após a Meta, dias antes, ter informado que testaria sua nova política de checagem de fatos nos Estados Unidos antes de implementá-la globalmente.

Segundo informações do UOL, um interlocutor da AGU afirmou que a ausência “caiu mal” e “era uma oportunidade para as empresas exporem como funcionam suas políticas de moderação”. 

Fontes próximas às empresas de tecnologia sugerem que a ausência foi estratégica. Um advogado que acompanha as movimentações das big techs apontou ao UOL: “Olhando a lista de convidados, eram 40 entidades ativistas, e as empresas. Não seria uma audiência equilibrada”.

De acordo com um representante de uma plataforma ausente, não faria sentido a empresa entrar na linha de fogo, dado o foco da discussão na Meta.