RFK Jr. tem mandato antecipado para tratar da saúde das crianças

Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Imediatamente após a posse de Robert F. Kennedy Jr. como secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (SSH), em 13 de fevereiro, ele foi encarregado de liderar uma comissão voltada principalmente para a saúde infantil.

Kennedy é o presidente da nova Comissão Presidencial Make America Healthy Again (MAHA, na sigla em inglês. Faça a América Saudável Outra Vez), criada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva.

A comissão orienta os departamentos executivos e as agências federais a aconselharem principalmente o presidente sobre como “enfrentar a crise das doenças crônicas na infância”.

Ele tem a tarefa de explorar as causas que contribuem para as doenças crônicas infantis, como “a dieta americana, a absorção de material tóxico, tratamentos médicos, estilo de vida, fatores ambientais, políticas governamentais, técnicas de produção de alimentos, radiação eletromagnética e influência corporativa ou clientelismo”.

O mandato se alinha à plataforma de campanha presidencial de Kennedy e ao seu trabalho anterior na Children’s Health Defense (Defesa da Saúde das Crianças), uma organização sem fins lucrativos que ele fundou em 2007.

“Nas últimas duas décadas, orei todas as manhãs para que Deus me colocasse em posição de resolver a epidemia de doenças crônicas infantis e agora, graças ao senhor, presidente, tornaremos essa promessa uma realidade”, disse Kennedy em uma declaração em 13 de fevereiro.

Além da comissão, como chefe do SSH, Kennedy supervisionará um orçamento de US$ 1,8 trilhão para o ano fiscal de 2025, o maior de qualquer agência federal.

O SSH supervisiona 13 agências, incluindo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), a Food and Drug Administration (FDA, Administração de Alimentos e Medicamentos, em tradução) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês).

6 em cada 10 americanos têm pelo menos uma doença crônica e 4 em cada 10 têm duas ou mais doenças crônicas, de acordo com a ordem executiva. Estima-se também que 1 em cada 5 adultos nos Estados Unidos sofra de uma doença mental.

77% dos jovens adultos não se qualificam para as forças armadas com base, em grande parte, em suas pontuações de saúde, e 90% dos US$ 4,5 trilhões em gastos anuais com saúde do país são destinados a pessoas com doenças crônicas e mentais, de acordo com um informativo da Casa Branca.

“Em resumo, os americanos de todas as idades estão ficando mais doentes, acometidos por doenças que nosso sistema médico não está tratando de forma eficaz. Essas tendências prejudicam a nós, nossa economia e nossa segurança”, diz a ordem.

A Comissão MAHA do presidente demonstrará “pesquisa padrão ouro sobre por que os americanos estão ficando doentes em todas as pesquisas relacionadas à saúde financiadas pelo governo federal”, afirma o informativo.

No prazo de 100 dias (até 22 de maio), a comissão apresentará uma avaliação inicial dos possíveis fatores que contribuem para a epidemia de doenças crônicas, segundo a ordem. Uma estratégia nacional Make Our Children Healthy Again será apresentada em 180 dias.

A comissão inclui os chefes da Agência de Proteção Ambiental; os departamentos de Agricultura, Assuntos de Veteranos, Educação e Habitação e Desenvolvimento Urbano; e vários consultores econômicos. O comissário da FDA, o diretor do CDC e o diretor do NIH também estarão envolvidos.

Sayer Ji, cofundador da Stand for Health Freedom (Defenda a Liberdade na Saúde) e fundador e diretor da GreenMedInfo, disse que a ordem executiva de Trump é “um momento extraordinário e histórico para o movimento de liberdade na saúde e para o futuro do bem-estar de nossa nação”.

Por muito tempo, assistimos às doenças crônicas, às lesões causadas por vacinas, à toxicidade ambiental e à captura regulatória devastarem a saúde de milhões de pessoas, especialmente de nossas crianças

“Por muito tempo, assistimos às doenças crônicas, às lesões causadas por vacinas, à toxicidade ambiental e à captura regulatória devastarem a saúde de milhões de pessoas, especialmente de nossas crianças”, disse Ji.

“Pela primeira vez na história moderna, uma comissão federal reconhecerá formalmente essas crises e trabalhará em busca de soluções reais que coloquem o bem-estar do povo americano acima dos lucros corporativos”.

“Transparência radical”

Kennedy disse que “a transparência radical e o retorno da ciência padrão ouro ao NIH, à FDA e ao CDC” e “o fim da captura corporativa dessas agências” que levou ao comprometimento da ciência são duas partes em que seu plano vai focar.

Isso se encaixa nos objetivos da comissão.

A pesquisa em saúde financiada pelo governo federal deve “evitar conflitos de interesse”, capacitar os americanos por meio da transparência e de dados de fonte aberta, “e deve evitar ou eliminar conflitos de interesse que distorcem os resultados e perpetuam a desconfiança”, disse a Casa Branca sobre a comissão.

O NIH e outras pesquisas relacionadas à saúde financiadas pelo governo federal devem priorizar a pesquisa de padrão ouro sobre as causas básicas do adoecimento dos americanos, de acordo com o informativo.

Kennedy disse acreditar que pouca coisa mudará na área da saúde até que a influência corporativa sobre a FDA, o CDC e o Departamento de Agricultura (USDA) seja abordada.

Em uma mesa redonda organizada pelo senador Ron Johnson (R-Wis.) em setembro de 2024, Kennedy disse que essas agências “promovem os interesses mercantis e comerciais do setor farmacêutico”, o que transformou as agências e o setor de alimentos em “marionetes do setor” que elas deveriam regulamentar.

Trabalhando com a secretária de Agricultura

Espera-se que Kennedy trabalhe com a secretária de Agricultura Brooke Rollins em várias iniciativas, além da nova comissão.

O USDA e o SSH têm um prazo até o final de 2025 para concluir a edição de 2025-2030 das Diretrizes Dietéticas para Americanos.

Rollins disse em 14 de fevereiro que também trabalhará com Kennedy e o Departamento de Eficiência Governamental de Elon Musk para restringir os benefícios do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, na sigla em inglês), também conhecido como vale-alimentação, a itens mais saudáveis.

“Precisamos realmente analisar para onde esse dinheiro está indo e em que está sendo gasto”, disse ela. “Estou ansiosa para trabalhar com Bobby Kennedy e descobrir: Temos as opções mais saudáveis? Então, quando um contribuinte está investindo dinheiro no SNAP, podemos usar o dinheiro de seus impostos para dar alimentos muito ruins e bebidas açucaradas a crianças que talvez precisem de algo mais nutritivo?”.

Os benefícios do SNAP foram distribuídos a 42,1 milhões de pessoas no ano fiscal de 2023, de acordo com o USDA.

Rollins disse acreditar que o SNAP cresceu quase 30% durante o governo Biden.

“Será que algum dia tiraremos a comida da boca de uma criança faminta? Claro que não, estamos nos Estados Unidos da América”, disse ela.

Segurança das vacinas

Kennedy tem enfrentado críticas sobre suas posições em relação às vacinas desde que anunciou sua candidatura à presidência.

Os comentários dos legisladores em suas audiências e votações de confirmação mostraram uma forte divisão entre os partidos sobre as opiniões de Kennedy.

A maioria dos republicanos elogiou Kennedy por seu trabalho anterior de defesa de direitos e sua ênfase na abordagem da epidemia de doenças crônicas do país, enquanto os democratas o criticaram por sua posição sobre a eficácia das vacinas.

Antes da votação de confirmação em 13 de fevereiro, o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer (D-N.Y.), chamou Kennedy de “teórico da conspiração extremamente desqualificado” e pediu aos senadores que não apoiassem o indicado.

Kennedy acabou sendo confirmado por uma votação de 52 a 48, com o senador Mitch McConnell (R-Ky.) sendo o único republicano discordando.

Kennedy tem dito constantemente que não é contra as vacinas, mas que defende a segurança das vacinas, o consentimento informado e estudos apartidários sobre a eficácia das vacinas.

“Nunca fui antivacina”, disse Kennedy ao Epoch Times em setembro de 2024. “As pessoas devem ter uma escolha, e essa escolha deve ser informada pelas melhores informações possíveis. Vou garantir que haja estudos de segurança com base científica disponíveis, e que as pessoas possam fazer suas próprias avaliações sobre se uma vacina é boa para elas”.

Em um fórum organizado por Tucker Carlson em outubro de 2024, Kennedy disse que queria “restaurar a transparência” em relação às vacinas, e não bani-las.

“[Trump] não quer que eu tire as vacinas das pessoas. Se você quiser tomar uma vacina, você deve poder tomá-la. Acreditamos na liberdade de escolha neste país. Você deve conhecer os riscos e benefícios de tudo o que toma”, disse Kennedy.

Depois de tomar posse, Kennedy disse à Fox News que pretende criar um sistema de notificação e vigilância de lesões causadas por vacinas mais preciso do que o Vaccine Adverse Event Reporting System (Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas), ou VAERS.

“Faremos isso imediatamente”, disse ele. “Precisamos conhecer o perfil de risco desses produtos”.

Trump disse no ano passado que também daria a Kennedy a liberdade de investigar a possível ligação entre as vacinas e o autismo.

Kennedy tem dito há anos que o autismo em algumas crianças está provavelmente ligado às vacinas infantis, que muitos estados exigem para todas as crianças em idade escolar.

De acordo com os dados do CDC, uma em cada 36 crianças dos EUA teve um diagnóstico de autismo em 2020, em comparação com uma em cada 150 em 2000.

A ordem executiva de Trump observou que a taxa na década de 1980 era de 1 a 4 em cada 10.000 crianças.

Produtos químicos, alimentos ultraprocessados

Defensor ferrenho da regulamentação de produtos químicos nos alimentos, Kennedy sugeriu que os americanos voltassem a usar gordura de sebo em vez de óleos de sementes. Ele criticou os fabricantes de alimentos por usarem ingredientes como corantes artificiais.

Kennedy disse que abordará esse tópico como secretário do SSH.

Ele apontou como a versão americana do cereal Froot Loops contém mais corantes e aditivos artificiais do que as versões do cereal vendidas em outros países.

O CDC declarou que “as doenças crônicas são a principal causa de doença, incapacidade e morte nos Estados Unidos”.

“Nos Estados Unidos, 74% dos adultos estão agora acima do peso ou obesos, incluindo 50% de nossas crianças”, disse Kennedy em agosto de 2024. “Há 120 anos, quando alguém era obeso, era mandado para o circo. No Japão, a taxa de obesidade infantil é de 3%”.

Kennedy também descreveu o aumento dramático do diabetes adulto e juvenil, das doenças neurológicas, da doença hepática gordurosa e dos casos de câncer.

“Então, o que está causando todo esse sofrimento? Vou citar dois culpados. O primeiro e pior são os alimentos ultraprocessados. … O segundo culpado são os produtos químicos tóxicos em nossos alimentos, nossos medicamentos e nosso meio ambiente”, disse ele.

Kennedy disse que esses alimentos ultraprocessados contêm substâncias químicas que não existiam há um século e que são parcialmente responsáveis pelo aumento de doenças. Embora muitos desses produtos químicos sejam proibidos na Europa, eles são onipresentes nos alimentos dos EUA.

“Os Estados Unidos podem voltar a ter saúde”, disse Kennedy.

“Para isso, precisamos fazer três coisas. Primeiro, acabar com a corrupção em nossas agências de saúde. Segundo, mudar os incentivos do sistema de saúde. E, em terceiro lugar, inspirar os americanos a ficarem saudáveis novamente”.

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