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Além do sólido, líquido e gasoso: Microsoft anuncia novo estado da matéria para alimentar computador quântico | qubit topológico | física quântica | inovação tecnológica


A Microsoft anunciou, nesta quarta-feira (19), uma descoberta revolucionária em sua busca por desenvolver um computador quântico avançado. A empresa afirma ter criado um novo estado da matéria, o qual seria essencial para a construção de um “qubit topológico”.

Capaz de resolver problemas complexos mais rapidamente do que os computadores convencionais, o computador quântico é um dispositivo que usa a mecânica quântica para processar informações.

Este qubit, ao contrário dos tradicionais, não se baseia nos estados comuns da matéria — sólido, líquido ou gasoso — e sim em uma nova fase que muitos especialistas achavam impossível de existir. Um artigo sobre o experimento foi publicado na revista Nature.

Impactos na computação

A ideia de que a matéria poderia existir em um estado inusitado já foi considerada um conceito improvável, contaram os pesquisadores ao jornal The New York Times.

Contudo, os cientistas da Microsoft desenvolveram esse qubit topológico, aproveitando-se de propriedades físicas exóticas para impulsionar a criação de computadores quânticos — máquinas poderosas que poderiam acelerar o desenvolvimento de tudo, desde medicamentos até inteligência artificial.

Segundo Chetan Nayak, tech fellow da empresa e líder da equipe responsável pela tecnologia, isso é algo que está a anos de distância — não décadas.

A companhia acredita que este avanço pode transformar a computação quântica, permitindo que problemas complexos sejam resolvidos de forma mais eficaz do que com as tecnologias tradicionais.

Corrida tecnológica

Desde a década de 1980, cientistas tentam desenvolver computadores quânticos, que se aproveitam de fenômenos da física quântica para processar informações de forma exponencialmente mais rápida do que os computadores clássicos.

Recentemente, o Google demonstrou um feito com seu computador quântico, que completou um cálculo em cinco minutos que um supercomputador tradicional levaria 10 septilhões de anos para realizar.

A tecnologia quântica da Microsoft pode superar os avanços do Google.

A empresa combinou semicondutores e supercondutores em um novo tipo de chip que, ao ser resfriado a temperaturas extremas, apresenta comportamentos que podem desenvolver máquinas capazes de resolver problemas de grande escala.

Desafios e perspectivas

A questão sobre a viabilidade da criação de um qubit topológico ainda é debatida. Especialistas como Jason Alicea, professor de física teórica, questionam se a empresa realmente conseguiu criar um qubit funcional, alertando para a dificuldade de provar certos comportamentos dos sistemas quânticos.

Ainda assim, a descoberta gerou grande entusiasmo. Philip Kim, professor da Universidade de Harvard, considera a criação de um qubit topológico como um passo para o avanço da computação quântica, com a possibilidade de acelerar o desenvolvimento de novos dispositivos.

Implicações geopolíticas

Se por um lado os Estados Unidos têm investido por meio de grandes empresas como a Microsoft, a China destinou US$ 15,2 bilhões à pesquisa quântica, e a União Europeia também se comprometeu a investir US$ 7,2 bilhões, destacando a importância estratégica dessa tecnologia.

De acordo com Satya Nadella, atual CEO da Microsoft, isso é algo que todos os três diretores executivos desta empresa apostaram, referindo-se à longa trajetória de pesquisa e desenvolvimento dessa tecnologia.

Se a promessa de computação quântica for cumprida, ela tem o potencial de redefinir a forma como entendemos e interagimos com o mundo digital.

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