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Telegram enfrenta crescimento nas denúncias de conteúdos de abuso infantil


Um levantamento recente da ONG SaferNet aponta que as denúncias de grupos e canais do Telegram envolvendo imagens de abuso sexual infantil cresceram 78% entre os dois semestres de 2024. 

Os dados, que foram divulgados no evento do Dia Internacional da Internet Segura nesta terça-feira (11), evidenciam desafios persistentes na moderação da plataforma.

Segundo Thiago Tavares, presidente da SaferNet, o aumento, que elevou o número de grupos e canais de 874 para 1.043, reflete falhas na estratégia de controle do conteúdo ilícito. 

Tavares destacou que, paralelamente, o número de usuários envolvidos subiu de 1,25 milhão para 1,4 milhão, o que sinaliza uma expansão preocupante da rede de distribuição desse material.

“Este novo relatório, que está sendo protocolado hoje cedo no Ministério Público Federal, revela, comprova e evidencia que os problemas da plataforma persistem. São riscos sistêmicos que têm provocado danos às crianças e adolescentes no Brasil”, disse Tavares, em entrevista à Agência Brasil. 

“Isso está evidenciado pelo número de grupos e de canais denunciados no segundo semestre do ano passado, que aumentou 19% em relação aos números de grupos e canais denunciados no primeiro semestre do ano passado”, afirmou Tavares.

Além das dificuldades na remoção dos conteúdos, o relatório aponta que a comercialização de imagens ocorre por meio da moeda virtual do próprio Telegram e envolve processadores financeiros localizados em jurisdições com regulação menos rigorosa, como paraísos fiscais, Rússia e Ucrânia.

“Somando o que foi encontrado no primeiro e no segundo semestres [do ano passado], a gente está falando de mais de 2 milhões de usuários inscritos nesses grupos que comprovadamente continham imagens de abuso sexual infantil. Estamos diante de um problema em larga escala. E esta é uma plataforma que continua a operar com baixíssimo nível ou quase nenhum nível de compliance de conformidade com as leis do país e com moderação de conteúdo precário”, acrescentou Tavares.

Apesar das afirmações do Telegram de adotar uma “política de tolerância zero” contra pornografia infantil, que inclui a utilização de moderação humana, inteligência artificial e o sistema de denúncias dos usuários, a análise da SaferNet questiona a eficácia e a transparência dessas medidas.

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