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Trump na Casa Branca: o que muda para empresas brasileiras que desejam entrar no mercado americano? | Trump e empresas brasileiras | protecionismo econômico | barreiras tributárias


Com o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o mundo fica na expectativa das medidas econômicas adotadas pelo republicano que devem impactar outras nações. Isso porque o presidente dos EUA é conhecido por adotar um protecionismo econômico, o “America First”, fator que deve dificultar a entrada de marcas estrangeiras no mercado americano.

Assim, as empresas brasileiras que desejam internacionalizar suas marcas vão encontrar novas barreiras tributárias, dificultando o processo. Recentemente, Trump anunciou uma retaliação contra países que adotem a alíquota mínima global de 15% sobre os lucros das multinacionais, iniciativa pensada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e endossada pelo G20, incluindo o Brasil.

Mas, além dos novos desafios tributários, a empreendedora e Entrepreneur in Residence na empresa americana Ikenga Wines, Mariana Silva, destaca outros fatores que devem ser analisados ao se cogitar uma internacionalização. “Em uma análise inicial, é preciso ter cautela e entender se: (1) Há espaço no mercado para o que quero levar ou está saturado?; (2) O quanto conheço daquela cultura, daquela língua e do público-alvo?; (3) Tenho um orçamento mínimo requisitado para arcar principalmente com os custos de estruturação organizacional, logística e marketing?; (4) Quanto tempo e energia terei disponível para esse projeto? Essas são perguntas que precisam constar em um planejamento, respondidas de maneira detalhada“, comenta.

Em relação ao mercado americano, ter essas informações bem alinhadas é essencial, ainda mais com a campanha “America First”, que incentiva os consumidores a priorizarem produtos de marcas locais em detrimento das estrangeiras.

Com experiência no processo de internacionalização na Ikenga Wines ao ser responsável pelo lançamento do vinho de palma em diversos mercados, Mariana Silva explica que as empresas que desejam expandir seus negócios precisam ir além de uma pesquisa teórica, realizando uma verdadeira imersão na cultura, mercado e legislação do país desejado. “Para criar uma estratégia de lançamento internacional que dê frutos, além de uma boa pesquisa teórica, eu não vejo como identificar esses mercados sem uma imersão na cultura e na rotina das pessoas que vivem naquele local. No final do dia, são elas que decidem se sua empresa vai ter lucro ou não. Então, ter esse entendimento é essencial para entender possíveis adaptações e como se comunicar com esse público”, explica.

Ela ainda reforça que mesmo após a expansão, seja nos EUA ou em outro país, a análise de mercado deve permanecer como uma atividade constante na organização. Mas quais seriam os principais indicadores de sucesso? Como entender se há a necessidade de reavaliar estratégias?

Para mensurar os resultados e, possivelmente, reavaliar as estratégias, a empreendedora destaca alguns indicadores essenciais para as marcas. “No ambiente digital e nas finanças, os indicadores são os mesmos em qualquer lugar do mundo, como engajamento, inscrições, receita, EBITDA, performance geral, etc. Mas o que mais me interessa no início de um processo de internacionalização é o corpo a corpo. A reação das pessoas e o que elas falam no mundo real me interessa para montar estratégias táticas que promovam um melhor desempenho ou até mesmo uma completa mudança de rota para podermos comparar e avançar”, detalha Mariana Silva.

Assim, a internacionalização de uma marca demanda uma análise de vários fatores que trazem dificuldades às empresas brasileiras. Conforme orienta a especialista, deve ser realizada uma grande preparação, entendendo a fundo o novo mercado e a viabilidade do projeto, principalmente as barreiras fiscais e a resistência do público, como no caso dos Estados Unidos.

As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times



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