Pesquisadores transformam besouros em ciborgues para missões
Um experimento que parece ter saído de um filme de ficção científica está ganhando vida em Singapura: cientistas estão transformando besouros vivos em ciborgues por meio da combinação de dispositivos eletrônicos digitais e biologia avançada.
A pesquisa é liderada pelo professor da Escola de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Nanyang Technological University (NTU), Dr. Hirotaka Sato, e foi publicada na National Library of Medicine, em setembro de 2016.
Os cientistas exploraram o comportamento e o controle motor desses insetos, utilizando tecnologia de ponta para criar um sistema híbrido inseto-máquina capaz de controlar movimentos com precisão impressionante.
Integração de biologia e tecnologia
O avanço começou com o surgimento de dispositivos eletrônicos digitais habilitados para rádio, que possibilitaram o uso de pequenos gravadores e estimuladores neuromusculares sem fio.
Esses equipamentos permitiram o desenvolvimento de um protocolo que transforma besouros vivos em plataformas de estudo para voo livre, combinando biologia com engenharia de maneira inovadora.
Nesse processo, o terceiro músculo esclerito axilar (3Ax) dos besouros foi escolhido para ser estimulado, permitindo que os cientistas direcionassem o inseto para a esquerda ou direita durante o voo.
Para alcançar esse feito, eletrodos finos de fio de prata foram implantados no músculo 3Ax em ambos os lados do besouro, conectados a uma mochila sem fio montada no pronoto do inseto.
A frequência e o lado da estimulação determinaram a direção do movimento, com respostas ajustáveis dependendo da intensidade dos estímulos.
Aplicações práticas promissoras
A pesquisa vai além da curiosidade científica e apresenta soluções práticas de grande impacto.
Besouros equipados com sensores de calor, por exemplo, poderiam ser usados para localizar vítimas em desastres naturais ou acessar áreas de difícil alcance em operações de busca e resgate.
Esses insetos ciborgues também têm potencial para monitoramento ambiental e até mesmo apoio em investigações criminais.
O protocolo desenvolvido inclui a implantação dos eletrodos e a calibração de um sistema de câmera de captura de movimento tridimensional.
Esse processo requer extrema precisão para evitar danos aos músculos do besouro e assegurar o rastreamento adequado.
Ao permitir a análise detalhada das funções musculares durante o voo, o método oferece uma nova perspectiva para o estudo do comportamento de insetos e sua aplicação em tecnologia.
Para o Dr. Sato e sua equipe, essa fusão entre biologia e tecnologia é apenas o início de um novo capítulo na ciência.
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